
Sim, foi apenas um dia. Mas pra quem passou algum momento do dia de ontem nas ruas em volta da Praça General Valadão teve oportunidade de ouvir o canto de um pássaro, o ruído das folhas da árvore, tudo em pleno centro comercial. No lugar da buzina teve risada de criança. Não foi preciso olhar o semáforo e a rua inteira era uma faixa de pedestres.

A graça começou logo cedo pra mim, de bike, quando na ultima esquina a virar deixei todos os carros pra trás e tive o gostinho de não precisar parar. Pedalar ou caminhar no meio da rua teve até valor simbólico, por um instante parte do centro deu lugar às vozes, às trocas, às pessoas, à vida.
Pena saber que foi só um dia, mas foi lindo ver gente comentando e perguntando o porquê de não ser sempre assim. E no fim das contas, por que não?
Reticências.

Só sei que ontem eu pensei em cada um dos meus próximos que naquele momento não dividia a mesma sombra de árvore comigo. Pensei desejando que estivessem fazendo algo tão bom quanto. E pensei querendo lembrá-los de que não é preciso ser o dia 22 de setembro pra tentar algo novo.
Caminhe, use sua bike, sinta o vento, sol na pele, sinta-se vivo.
(texto e fotos de Laís Gouvêa)
Um comentário:
Taí: tentar algo novo. Algo que cada vez menos pessoas parece estar interessada em fazer nos dias de hoje.
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