quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Adequação Geométrica Para Quem?

Hoje, dia 24/09/2008 a prefeitura municipal de Aracaju inaugura “A Grande Obra” do bairro Coroa do Meio, denominada de Adequação Geométrica da Avenida Mário Jorge, mas agora nós perguntamos: A quem o projeto realmente beneficia?
Todos ficam orgulhosos quando vêem vias recém asfaltadas e bem iluminadas, porém, será que nós realmente precisamos de novas pistas? Será que a Adequação não só beneficia o automóvel e conseqüentemente aqueles que o possuem (ou seja, apenas aproximadamente 25% da população aracajuana)?
Mas de imediato se pensa, “ah, mas foi construída a ciclovia”... Construída? A ciclovia sempre existiu, só que nunca foi olhada como prioridade e nunca se pensou numa possível reforma (como é o caso da ciclovia da Av. Beira Mar, atualmente largada aos ratos e baratas). Vale lembrar que a ciclovia foi “rasgada” pela nova pista de automóveis, fazendo com que o carro se sobreponha acima de todos os modais, inclusive dos pedestres e ciclistas, que não poluem, não ocupam muito espaço e humanizam a cidade. A adequação das avenidas vai roubar um tempo precioso do ciclista que não vai conseguir atravessar um mar de carros que irá circular nesta avenida a todo momento e em alta velocidade.
ciclovia sendo rasgada pela via de rolamento de veículos

A Adequação das avenidas foi feita mas as calçadas do bairro Coroa do Meio continuam do mesmo jeito. Em mais de 50% do casos elas não existem ou estão irregulares, desniveladas e em péssimo estado de conservação. Muitas vezes é preferível caminhar na faixa de rolamento de veículos, mesmo que correndo o risco de atropelamento.
A prefeitura municipal se orgulha quando avenidas são recapeadas, é o chamado desenvolvimento... Mas que desenvolvimento é esse? Da insustentabilidade? Da cidade do automóvel?
Enquanto boa parte das cidades Européias está “desasfaltando” suas ruas, e recolocando paralelepípedos para que os carros andem em baixa velocidade e o pedestre seja priorizado e tenha segurança, em Aracaju mais ruas são asfaltadas, o que significa induzir a velocidade dos automóveis, e conseqüentemente mais insegurança para crianças, idosos e ciclistas de modo geral. Culmina também no fim do uso da rua como área de lazer, espaço de convivência, de circulação de pessoas, para ser somente um espaço de circulação de máquinas sobre quatro rodas. Nossos governantes perecem desconhecer o fato de que o Bairro Coroa do Meio carece muito mais de áreas públicas, de esporte, lazer e culturais, já que se prefere gastar uma dinheirama num projeto como este.
Ressaltamos ainda que para a concretização da proposta de Adequação, os moradores do bairro foram prejudicados, pois os acessos de suas cassas agora estão sujeitos a retornos e contratempos, sem contar nas na derrubada de muitas árvores, algumas delas com mais de 10 anos de vida. Tudo isso em nome, segundo a Prefeitura, de um bem maior: a liberação do espaço para carros circularem.

Acesso dos moradores dificultado.

Amendoeiras, Oitis e Cajueiros, árvores típicas da nossa cultura que costumam gerar sombra, deram adeus à avenida para dar lugar a Palmeiras, planta de caráter estritamente estético, com muito pouca utilidade. Onde estão nossas árvores típicas? Nossa floresta tropical? Nossa cultura? Porque sempre temos que importar árvores que não nos representam?
Será que nós realmente precisamos gastar todo dinheiro público em obras voltada para os automóveis em detrimento de espaços públicos como parques, praças, bosques, centros culturais, áreas de lazer, áreas esportivas, ciclovias, ciclo-faixas e calçadas largas e arborizadas? A cidade deve garantir, além do direito por moradia, saúde, educação, lazer e cultura, o direito de ir e vir, independente de qual seja o meio de transporte!
Infelizmente o automóvel, um bem privado, é o privilegiado do espaço público. O filhinho rico e mimado do sistema. Já o pedestre e a bicicleta, mais uma vez, são os pobres coitados da história, sem os mesmos direitos. Por falta de coragem política e de infra-estrutura é enjeitada e reprimida.

E é por isso estaremos hoje presentes TODOS DE PRETO para a inauguração, que provavelmente será na curva (onde tem uma placa "adequacao geométrica") às 17h. MOBILIZEM O MÁXIMO DE PESSOAS QUE PUDEREM.





Bicicletada de Aniversário



Aniversário da BICICLETADA, 1 ano mostrando mostrando como que é feita uma cidade mais humana.

Porque as ruas são para as pessoas, porque o espaço é publico, porque essa cidade precisa nos ter mais respeito.

Para participar, só é preciso aparecer, munido de qualquer meio de transporte não motorizado, valendo até os seus próprios pés!! A Bicicletada é Gratuita e não é obrigatório o uso do capacete.

Exclusivamente neste Domingo dia 28 às 15:00h no mirante da 13 de julho com saída às 15:30h.

Em caso de chuva, o evento está automaticamente CONFIRMADO, já que não somos feitos de açúcar, apesar de termos muito mel.

Depois do pedal de celebração iremos assistir a um filme, bater um papo, nos conhecer, comer bolo e muiiiitas guloseimas.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Manifesto dos invisíveis


Em uma tarde de setembro, meia centena de ciclistas urbanos reunidos nos espaços virtuais resolveram colocar no papel algumas opiniões e análises sobre as dificuldades, conquistas e necessidades de quem usa bicicleta em São Paulo.

O texto coletivo, que cirulou por listas de email, foi assunto de chats e conversas, recebeu centenas de alterações não é uma versão conclusiva nem estática. Como disse um dos autores, talvez nunca existirá uma versão definitiva. Mas a análise e a opinião destes especialistas empíricos sobre as ruas da capital merece ser escutada.

Manifesto dos Invisíveis

Motorista, o que você faria se dissessem que você só pode dirigir em algumas vias especiais, porque seu carro não possui airbags? E que, onde elas não existissem, você não poderia transitar?

Para nós, cidadãos que utilizam a bicicleta como meio de transporte, é esse o sentimento ao ouvir que “só será seguro pedalar em São Paulo quando houver ciclovias”, ou que “a bicicleta atrapalha o trânsito”. Precisamos pedalar agora. E já pedalamos! Nós e mais 300 mil pessoas, diariamente. Será que deveríamos esperar até 2020, ano em que Eduardo Jorge (secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo) estima que teremos 1.000 quilômetros de ciclovias? Se a cidade tem mais de 17 mil quilômetros de vias, pelo menos 94% delas continuarão sem ciclovia. Como fazer quando precisarmos passar por alguma dessas vias? Carregar a bicicleta nas costas até a próxima ciclovia? Empurrá-la pela calçada?

Ciclovia é só uma das possibilidades de infra-estrutura existentes para o uso da bicicleta. Nosso sistema viário, assim como a cidade, foi pensado para os carros particulares e, quando não ignora, coloca em segundo plano os ônibus, pedestres e ciclistas. Não precisamos de ciclovias para pedalar, assim como carros e caminhões não precisam ser separados. O ciclista tem o direito legal de pedalar por praticamente todas as vias, e ainda tem a preferência garantida pelo Código de Trânsito Brasileiro sobre todos os veículos motorizados. A evolução do ciclismo como transporte é marca de cidadania na Europa e de funcionalidade na China. Já temos, mesmo na América do Sul, grandes exemplos de soluções criativas: Bogotá e Curitiba.

Não clamamos por ciclovias, clamamos por respeito. Às leis de trânsito colocam em primeiro plano o respeito à vida. As ruas são públicas e devem ser compartilhadas entre todos os veículos, como manda a lei e reza o bom senso. Porém, muitas pessoas não se arriscam a pedalar por medo da atitude violenta de alguns motoristas. Estes motoristas felizmente são minoria, mas uma minoria que assusta e agride.

A recente iniciativa do Metrô de emprestar bicicletas e oferecer bicicletários é importante. Atende a uma carência que é relegada pelo poder público: a necessidade de espaço seguro para estacionar as bikes. Em vez de ciclovias, a instalação de bicicletários deveria vir acompanhada de uma campanha de educação no trânsito e um trabalho de sinalização de vias, para informar aos motoristas que ciclistas podem e devem circular nas ruas da nossa cidade. Nos cursos de habilitação não há sequer um parágrafo sobre proteger o ciclista, sobre o veículo maior sempre zelar pelo menor. Eventualmente cita-se a legislação a ser decorada, sem explicá-la adequadamente. E a sinalização, quando existe, proíbe a bicicleta; nunca comunica os motoristas sobre o compartilhamento da via, regulamenta seu uso ou indica caminhos alternativos para o ciclista. A ausência de sinalização deseduca os motoristas porque não legitima a presença da bicicleta nas vias públicas.

A insistência em afirmar que as ruas serão seguras para as bicicletas somente quando houver milhares de quilômetros de ciclovias parece a desculpa usada por muitos motoristas para não deixar o carro em casa. “Só mudarei meus hábitos quando tiver metrô na porta de casa”, enquanto continuam a congestionar e poluir o espaço público, esperando que outros resolvam seus problemas, em vez de tomar a iniciativa para construir uma solução.

Não podemos e não vamos esperar. Precisamos usar nossas bicicletas já, dentro da lei e com segurança. Vamos desde já contribuir para melhorar a qualidade de vida da nossa cidade. Vamos liberar espaços no trânsito e não poluir o ar. Vamos fazer bem para a saúde (de todos) e compartilhar, com os que ainda não experimentaram, o prazer de pedalar.

Preferimos crer que podemos fazer nossa cidade mais humana, do que acreditar que a solução dos nossos problemas é alimentar a segregação com ciclovias. Existem alternativas mais rápidas e soluções que serão benéficas a todos, se pudermos nos unir para construirmos juntos uma cidade mais humana.

A rua é de todos. A cidade também.

Nós, que também somos o trânsito:

Alberto Pellegrini
Alexandre Afonso
Alexandre Catão
Alexandre Loschiavo (Sampabiketour)
Alex Gomes ( U-Biker )
Ana Paula Cross Neumann (Aninha)
André Pasqualini (CicloBR)
Antonio Lacerda Miotto (Pedalante)
Aylons Hazzud
Ayrton Sena Santos do Nascimento
Bruno Canesi Morino
Bruno Gola
Carolina Spillari
Célia Choairy de Moraes
Chantal Bispo (Eu vou voando)
Daniel Ingo Haase (FAHRRAD)
Daniel Albuquerque
Eduardo Marques Grigoletto (CicloAtivando)
Fabrício Zuccherato (pedal-driven)
Flávio “Xavero” Coelho
Felipe Aragonez (Falanstérios)
Felipe Martins Pereira Ribeiro
Fernando Guimarães Norte
Gustavo Fonseca Meyer
Hélio Wicher Neto
João Guilherme Lacerda
José Alberto F. Monteiro
João Paulo Pedrosa (Malfadado - PT)
Juliana Mateus
Laércio Luiz Muniz
Leandro Cascino Repolho
Lucien Constantino
Luis Sorrilha (BIGSP)
Luiz Humberto Sanches Farias
Marcelo Império Grillo
Márcia Regina de Andrade Prado
Márcio Campos
Mário Canna Pires
Matias Mignon Mickenhagen
Mathias Fingermann
Otávio Remedio
Paula Cinquetti
Polly Rosa
Ricardo Shiota Yasuda
Rodrigo Sampaio Primo
Ronaldo Toshio
Silvio Tambara
Thiago Benicchio (Apocalipse Motorizado)
Vado Gonçalves (cicloativismo)
Vitor Leal Pinheiro (Quintal)
Willian Cruz (Vá de Bike!)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Desafio Intermodal Aracaju



Na Próxima segunda-feira, dia 22 de setembro o dia mundial sem carro, acontecerá o I Desafio Intermodal Aracaju, uma "Corrida Urbana" ponto a ponto na hora do rush para saber quem é o mais eficiente utilizando diferentes modais de transporte: A Pé, Bicicletas, Moto, Ônibus e Carro.

As modalidades do desafio estão divididas em 7 categorias:
1- A pé;
2- Bicicletas tipo serviço de entrega (bike boys – ciclistas experientes);
3- Bicicletas em vias rápidas;
4- Bicicletas em vias alternativas (menos movimentadas);
5- Moto;
6- Carro;
7- E Ônibus;

A “largada” será na praça General Valadão às 18:00h (concentração a partir das 17:00h) com destino a um posto de gasolina localizado no bairro jardins, todos os participantes deverão respeitar as leis de trânsito regulamentadas pelo Código de Trânsito Brasileiro como também as leis municipais de velocidade, sendo a velocidade máxima de 60km/h em avenidas e 40km/h em vias locais. Além disso, o motorista do automóvel particular e da bicicleta deverá estar com seu veículo estacionado na largada e deverá estacioná-lo para chegar ao ponto de encontro final como pedestre.

Você pode ver os vídeos dos desafios das outras cidades no youtube procurando por “desafio intermodal”.

SEJA VOLUNTÁRIO DO DESAFIO, pergunte como!
mande um e-mail para: felippecesarsantana@yahoo.com.br

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Whose Authority

Quando estamos sobre uma bicicleta sentimos uma sensação de liberdade incrível!

Não dependemos de acelerador, de motor, qualquer espacinho nos cabem... É só nós... nós e nós mesmos, quase um encontro interior consigo mesmo.
Talvez por isso tantos ciclistas não conseguem se moldar na regras de trânsito.

É comum pedararmos com ciclistas que não respeitam os semáfaros, nem os pedestres, cortam os carros, fazem manobras arriscadas...

Ao ver o vídeo abaixo, da banda "Nada Surf" (EUA), achamos tudo muito engraçado e divertido, até porque é realmente. Mas nunca devemos deixar de lembrar que há coisas mais importantes que diversão. Trânsito nem sempre é brincadeira.
No mais... assistam o clipe. Clipe bom, música boa, bicicleta... boa combinação!



Clip da banda Nada Surf, música Whose Authority.

sábado, 6 de setembro de 2008

Políticas Coletivas _ VS. _ Capital



O Tratamento dos espaços coletivos são tratados de diferentes formas a depender da cultura do lugar, cultura esta que gira em torno do capital e do homem. É nítida a diferença do tratamento dos países das Américas, que tem o EUA como maior influenciador e é tido como modelo de urbanização, para os países da Europa (em sua grande maioria). No Brasil não é diferente e o símbolo da modernidade está na construção de pontes, viadutos, vias expressas, shoppings, grandes estacionamentos, cada vez mais espaços para o automóvel, e por incrível que pareça para alguns é simbolo de que a sociedade esta bem financeiramente, a economia aquecida. será?

O vídeo acima mostra de forma impressionante o tratamento dos espaços públicos em Melbourne Austrália, pode ser considerado como um modelo de urbanismo, onde o Homem (pessoa) é valorizado em todos os sentidos e tido como prioridade de planejamento sobrepondo o automóvel.

Ao contrário dos países europeus, nos países das Américas existe uma inversão desses valores, e o capital é o objeto principal de planejamento, e acompanhado da ausência de politicas públicas coletivas a cidades vão se moldando em função do automóvel ( pode ser considerado como o capital) que beneficia uma parcela da sociedade, segundo dados da ONG Rua Viva somente 16 % da população.

Leia mais sobre espaços públicos no blog da Carolzinha.
Vejam mais vídeos sobre Cidades e Bicicletas no streetfilms.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Nova solução de Estabilidade


achado no bikeblog.

Para pessoas querem aprender a andar de bicicleta e para as crianças se libertarem das velhas rodinhas.

Uma boa forma de começar a pedalar por um planeta mais humano.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Anti-Cidadão Urbano



O maior obstáculo que ciclistas tem que lidar é a falta de respeito dos motoristas, infelizmente a lei do mais forte e mais potente ainda prevalece na maioria das cidades brasileiras e por conta disso, menos respeito - menos ciclistas nas ruas.



Por sua vez, o motorista não se importa nenhum pouco porque parou além da faixa de retenção e por ocupar parte da ciclo-faixa com seu carro mamute transportando somente uma pessoa.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Bicicletas que dão em Árvores



Existem muitas bicicletas em Aracaju, não existe 1 bicicletário que atenda os padrões de apoio, conforto e segurança, por conta disso tudo que possibilita sua parada está sendo bem aproveitado.



As árvores são sempre as mais escolhidas, que apesar de Aracaju ser uma cidade muito quente possuem muito poucas para o azar do ciclista que sempre fica muito exposto aos raios solares promovendo um desconforto maior em suas viagens.



A questão é cultural, enquanto em várias cidades e países as árvores são um sinônimo de identidade e de história, aqui são de sujeira e de destruição de calçadas, talvez de se esperar em calçadas de 1,5m de largura, mas em contra-partida as vias são na maioria das vezes de 11,00m possibilitando estacionar dos 2 lados ao mesmo tempo transitar 2 carros, será que existe algo errado?

Aracaju também tem Bicicletada



Na noite de sexta-feira várias pessoas não motorizadas saíram as ruas, através da Bicicletada dos políticos clamando por um voto consciente nestas eleições, por melhores condições de vida e de respeito por parte dos motoristas.

Apesar de Aracaju ser bastante citada por seu plano cicloviário, em contra partida quando estamos fora dela somos vistos como rivais e mais importante que ciclovias acredito que o respeito vem acima de tudo.


integrantes de passagem.

vejam mais fotos aqui.